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quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Dawn of New Athens - Aesma Daeva


     Se tem uma coisa que me mata é banda preguiçosa. Geralmente as preguiçosas são as mais talentosas, talvez porque em meio a tanto ócio e preguiça de produzir elas surjam com conteúdos mais interessantes. Só que esses conteúdos vem uma vez na vida e outra na morte.

     Se eu fosse listar a quantidade de bandas que encontro nessa categoria, uma das primeiras seria o Aesma Daeva, formada em 1998. O álbum da resenha é o último deles, o que considero o mais redondinho deles (mas não meu favorito), Dawn of New Athens. Seguindo a temática dos álbuns anteriores - The New Athens Ethos e The Eros of Frigid Beauty, a banda conseguiu fazer um álbum sem arestas a aparar, ele é bom do jeito que está e se fossem tentar melhorar estragaria ao longo de suas 9 faixas.

     A vocalista aqui é nada menos do que Lori Lewis, que ficou muito conhecida pelo seu merecido sucesso no Therion. Antes, contudo, era do Aesma Daeva que ela fazia parte, após saída de Melissa Feerlaak. Não me cabe fazer comparações entre elas, até porque a banda inicialmente teve outras vocalistas e só posso afirmar que todas elas fizeram um ótimo trabalho durante o tempo que estiveram no grupo.

     DoNA foi lançado em 2007 e de lá pra cá não há nada de novidade, assim como este próprio álbum teve poucas novidades, uma vez que algumas músicas já eram tocadas na época de Melissa nos shows. Trata-se de um álbum comercial, mas não no sentido ruim da palavra. De toda a discografia da banda, este deve ser o mais conhecido e apreciado, com justiça.

     Tisza's Child é a faixa de abertura, introduzindo o ouvinte à atmosfera do disco. Começa de cara com a voz de Lori (me recuso a fazer qualquer elogio pra ela, seria me repetir) e vai crescendo aos poucos, sem impressionar muito. The Bluish Shade já se inicia com um pouco mais de peso, trazendo mais dinâmica - o trabalho com o teclado é bem bonito de se ouvir e a melodia do refrão dela vai se repetir em outras faixas do álbum. A terceira música, Artemis é minha franca favorita desde The New Athens Ethos, na primeira versão com Melissa Ferlaak. Aqui neste álbum, a música foi repaginada, com o teclado se sobressaindo mais e a letra um pouco diferente da versão original. Aqui também me recuso fazer comparações, pois esta é simplesmente a música da minha vida e gosto das duas versões por igual, cada uma tem suas virtudes. Hymn to the Sun é outra que já tinha sido gravada por Melissa e desta vez vou preferir a primeira versão, apesar dos arranjos da nova versão serem melhores. D'Oreste é uma ária de Mozart na qual Lori faz um ótimo trabalho, mas as guitarras aqui levam todo o mérito. The Camp of Souls segue a mesma linha da primeira faixa, eu diria ser a progressão lógica de Tisza's. É bem arrastada e aqui, de alguma forma, acho o vocal um tanto cansativo. Ancient Verses já é um momento mais alegrinho, bem harmonizado.

     O ápice do DoNA está no fim dele: Since The Machine é épica desde o seu começo até o fim com a melodia de The Bluish Shade. A música, claramente uma referência ao 1984 de George Orwell, tem suas viradas e seus altos e baixos e traz toda um peso digno de Origin of the Muse do The New Athens Ethos, outra música épica do Aesma Daeva. Finalizando o álbum, The Loon, a única "balada" do álbum, se arrasta de um jeito muito diferente de The Camp of Souls: sentimental, nostálgica e muito bem construída.

    Há uma faixa solta, que creio não fazer parte de nenhuma versão bônus do álbum, que é cover de Running Up That Hill. Gosto muito da versão original com Kate Bush e o cover do Within Temptation e o mérito do Aesma Daeva foi ter feito algo bem diferente, mais metal (e sem agudos!!!) Adoraria que ela estivesse no DoNA, seria um belo bônus e arredondaria pra 10 faixas.

     Como disse, não é meu preferido da banda (Here Lies The One Whose Name Was Written in Water ganha de lavada nesse, pronto falei) mas se eu tivesse que apresentar alguém ao Aesma Daeva, com certeza seria por meio deste álbum. Uma pena eles não produzirem mais nada, pois são muito mais talentosos do que certas bandas mais famosas que eu não vou falar o nome porque vão me chamar de implicante huahua.

OBS: volta, Lori!
OBS2: tem algo estranho na formatação do texto e não consegui consertar, ignorem.



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